A tecnologia nos esportes vive uma fase de transformação inédita e os últimos dias deram provas disso. A Premier League anunciou uma parceria de cinco anos com a Microsoft para integrar inteligência artificial (IA) em sua plataforma digital, enquanto em Wimbledon um erro no sistema de chamadas automáticas reacendeu o debate sobre o equilíbrio entre tecnologia e arbitragem humana. São eventos que mostram como a tecnologia nos esportes já não é apenas um diferencial, mas uma necessidade para elevar a experiência de torcedores e a qualidade das competições.
No futebol inglês, a tecnologia nos esportes ganhará destaque com a nova parceria entre Premier League e Microsoft. O acordo envolve a adoção do Microsoft Copilot, que permitirá aos fãs acessarem estatísticas detalhadas, vídeos e informações de partidas instantaneamente. Com dados de mais de 30 temporadas consolidados em uma única plataforma hospedada no Azure, a tecnologia visa enriquecer o engajamento dos torcedores, além de modernizar o consumo de conteúdo esportivo.
Em Wimbledon, a controvérsia envolvendo tecnologia nos esportes emergiu quando o sistema automático Hawk‑Eye não identificou corretamente uma bola fora em uma partida do torneio. Mesmo após decisão dos árbitros, a jogadora envolvida acusou o sistema de favorecer a adversária local. O episódio expôs limitações do uso exclusivo de sistemas automatizados na arbitragem e reacendeu discussões sobre a dependência da tecnologia nos esportes.
Esses eventos refletem como a tecnologia nos esportes está sendo usada tanto para inovar quanto para desafiar tradições. No caso da Premier League, a IA promete transformar a interação do público, permitindo acesso a estatísticas detalhadas e conteúdos enriquecidos em tempo real. Já Wimbledon revelou fragilidade: apesar dos avanços, a automação total ainda enfrenta críticas e exige revisão de procedimentos e validações humanas .
Do lado dos fãs, a tecnologia nos esportes se torna cada vez mais essencial. De acordo com levantamento do grupo Capgemini, 67% dos torcedores desejam que a informação esportiva seja agregada por IA em uma única plataforma, com resumo de jogos, estatísticas e análises personalizadas. Isso demonstra uma demanda clara por experiências mais tecnológicas e menos fragmentadas na cobertura esportiva.
Por outro lado, especialistas alertam sobre os riscos da dependência excessiva da tecnologia nos esportes. A situação em Wimbledon mostra que falhas técnicas podem prejudicar atletas e minar a confiança do público. A aposta em sistemas automatizados deve ser equilibrada com supervisão humana, garantindo precisão e justiça nas decisões em campo ou na quadra.
No entanto, as oportunidades superam os desafios. A tecnologia nos esportes não se limita à arbitragem e ao engajamento do público — abrange também análise de performance, prevenção de lesões e estratégias de treinamento. Startups brasileiras, apoiadas por iniciativas como o desafio do Comitê Olímpico do Brasil, estão investindo em soluções de IA, realidade virtual e wearables para aprimorar a performance dos atletas e a gestão esportiva .
Este momento é crucial: a tecnologia nos esportes entra em uma nova era, mais conectada, interativa e precisa. Ligas tradicionais, federações e startups parecem convergir para um futuro onde IA, big data e automação serão partes integrantes da experiência esportiva — mas sem deixar de lado a supervisão humana, essencial para preservar a essência e a confiança na prática esportiva.
Autor: Suzana Borocheviske