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Entre tecnologia e campo de terra: o que fez do Palmeiras maior vencedor do país na base

Tecnologia

Entre tecnologia e campo de terra: o que fez do Palmeiras maior vencedor do país na base

Suzana Borocheviske

Rubens Menin, investidor do Atlético-MG, tem planos de tornar o Galo uma potência também nas categorias de base. Em entrevista a um canal de Youtube voltado para a torcida do time de Belo Horizonte, mês passado, disse que retornou de visitas ao Barcelona e ao Manchester United impressionado com a tecnologia que os dois clubes europeus têm à disposição na formação de novos talentos. Para ele, um time brasileiro já saiu na frente no quesito.

“Veja esses garotos do Palmeiras, a quantidade de tecnologia que há por trás. Precisamos fazer isso também”, afirmou.

Não é apenas isso que pode explicar a hegemonia do clube paulista na base do país. Nesta quarta-feira, às 15h30, no Canindé, o Palmeiras enfrentará o América-MG atrás do título da Copa São Paulo de Futebol Júnior, o 11º troféu de nível nacional nas categorias inferiores nos últimos dez anos. E muitos dos jogadores que estarão em ação tiveram parte de sua formação em campos de terra batida da Grande São Paulo.

Desde 2016, o Palmeiras tenta reunir nas divisões de base o que considera o melhor dos dois mundos: o que há de mais moderno em termos de preparação física, fisiológica, psicológica e tática, com o resgate de aspectos cognitivos que o alviverde acredita serem melhor desenvolvidos em condições mais primárias — a famosa pelada.

Os meninos do sub-10 ao sub-14 são submetidos uma vez por semana a uma estrutura que não lembra em nada os equipamentos que têm à disposição na Academia de Futebol 2, de uso exclusivo da base, em Guarulhos (SP). Sai a grama, entra a terra. Em vez do terreno plano, a superfície esburacada, cheia de armadilhas.

Também saem de cena os técnicos, as primeiras instruções sobre posicionamento, fundamentos defensivos ou ofensivos. Dá-se liberdade para os garotos escolherem os próprios times, em que posição jogarão, se respeitarão as regras do jogo coletivo ou se deixarão o instinto fominha aflorar.

“Eles estão em uma fase sensível, dando os primeiros passos. Então, aqui eles podem desenvolver a coragem e a confiança. Além disso, há também os conceitos individuais de drible, em progressão ou na cara do gol. Tentamos resgatar o fator que fez com que o Brasil fosse pentacampeão do mundo, que é o futebol-arte”, afirmou Renan Tavares, técnico do sub-12, ao site oficial do alviverde.

É difícil mensurar o quanto a mescla tem seu papel na qualidade da formação das divisões de base do Palmeiras. Os resultados obtidos — em 2022, o time sub-20 foi o primeiro da história do país a vencer no mesmo ano a Copinha, a Copa do Brasil e o Brasileiro — acabam falando mais do que teorias.

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